Após muitas tentativas de imaginar como seria um primeiro episódio, percebi que não poderia haver nome mais certeiro: “Quem é Maria?”. Esse grande questionamento me mergulhou em um mar de incertezas, exceto por uma: minhas escritas. Elas sempre souberam quem sou, mesmo quando eu não sabia.
Então, acomodem-se e ouçam. Esta poesia, que escorre dos meus olhos, talvez encontre o essencial — o coração. E quem sabe, ao tocar esse espaço, possa dizer algo sobre nós, justamente quando não sabemos o que ser.
Prazer, Maria (?)
Poesia: Vazio
Autora: Maria
Meu nome é Maria,
Essa não exatamente sou eu, porque nem meu nome eu escolhi, mas quem sou eu poeta?
Essa foi uma escolha minha, até então eu acho que foi
Consigo me recordar do porquê eu comecei a escrever, do porquê eu voltei a pintar e eu sei muito bem o porquê eu toco alguns instrumentos…
São pelas perdas que eu tive, pela dor
Infelizmente nada começou com um início feliz, mas felizmente eu consegui trabalhar com caos, e torná-lo sensível, que nem Deleuze e Guattari diz, mas honestamente…
Há época que eu não transformo o caos em sensível, eu só reproduzo
E aí eu caio na minha própria ignorância, que é uma frase que eu repito todos os dias
Então eu caio no chão, ou no poço, ou no abismo, ou no meu próprio vazio, que é cheio, bem cheio.