A disputa da Venezuela pela Guiana Essequiba é uma barganha do presidente Nicolás Maduro mais pela concessão petrolífera da região do que pela conquista territorial – e as petroleiras norte-americanas têm interesse no controle venezuelano. É isso o que explicou ao podcast o sociólogo Felippe Ramos, especialista em Relações Internacionais e pesquisador da New School for Social Research de Nova York. Em conversa com Américo Martins e Camila Olivo, o professor também destacou que Maduro quer desviar as atenções da redemocratização do país com um tema que unifique a nação. “Eu acho que esse conflito deve ser tratado como um grande jogo de xadrez, [em que] há atores americanos interessados em que a Venezuela tenha o controle sobre essa região porque já é um país petroleiro, com o qual os Estados Unidos já fazem negócios e têm muito interesse”, explica Felippe Ramos. “Não diria que esse é o caso do Pentágono, do Departamento de Estado ou da Casa Branca, mas estamos falando aqui dos atores petroleiros das grandes empresas americanas.” Além disso, o pesquisador aponta outros grandes atores internacionais, presentes na Venezuela, que poderiam ter influência no conflito, como Reino Unido, França, China, Irã e Rússia. “Basicamente o potencial de pólvora que tem essa discussão é imenso.” Ouça também: Américo Martins faz um balanço das discussões e acordos da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28; os resultados da Cúpula do Mercosul realizada no Rio de Janeiro; e as atualizações da semana na guerra entre Israel e Hamas. Apresentação: Américo Martins e Camila Olivo
Produção: Bruna Sales
Edição: Raphael Henrique (Paco)