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  • #118 A VISITA - MAEVE BRENNAN
    Sep 23 2024

    A história de The Visitor, ou de A visita, é a seguinte: Anastasia volta para Dublin, capital da Irlanda, pra casa da avó. Ela cresceu nessa casa e quando tinha 16 anos se mudou pra Paris, com a mãe. Agora ela tá retornando com 22. A história começa no trem chegando em Dublin, em uma noite chuvosa. Anastasia é a protagonista. Outras personagens importantes são a avó, que só conhecemos pelo sobrenome, Sra. King. Katharine, que é a governanta da avó. E uma amiga da família, Norah Kilbride. Anastasia retorna pra morar com a avó porque a mãe dela faleceu, mas a avó deixa claro desde o início que não quer a neta ali. Por que será? *Atenção para não confundir quando eu me refiro à nora da Sra. King, que é a mãe da Anastasia, uma personagem sem nome, e quando me refiro a Norah, que é uma amiga da família. A pronúncia é a mesma. Durante a edição, percebi que poderia gerar dúvidas. Fiquem atentos!

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    1 hr and 9 mins
  • #117 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - FINAL
    Aug 10 2024

    No último episódio, vimos que FT faliu porque investiu muito do seu capital na bolsa de valores, e ele não entendia desse tipo de investimento. Confiou em um amigo, o Inocêncio Braga, e perdeu tudo, em função da baixa do preço internacional do café. FT trabalha com exportação de café. O restante do capital dele tava investido em outras empresas do mesmo ramo, que também faliram com a oscilação dos preços internacionais. A atitude dele foi drástica. Ele se matou e em pouco tempo a família se viu sem nada, nem casa, nem reservas, nem nada. E foram morar numa casinha que FT tinha dado à Nina, que foi salva da falência porque estava no nome da sobrinha.

    Pessoal, a Jucelia, que acompanha o LO, comentou no último episódio algo que eu não tinha me dado conta. A falência de Francisco Teodoro é a segunda falência na vida da Camila. Lembram lá no início do romance, quando a mãe dela começa a conversar com FT na casa das tias, na noite em que ele foi conhecer Camila? A mãe diz que Camila é a filha mais velha e mais instruída, porque pegou os tempos das vacas gordas na família, quando o pai exercia um cargo lucrativo. E da mãe de Camila, FT teve a impressão de ser uma rainha destronada, quer dizer, alguém que teve posses, que experimentou uma vida de luxo, e perdeu tudo. Por duas vezes, Camila empobrece pela inabilidade dos homens em gerir o capital. Primeiro foi o pai que faliu, depois o marido.

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    37 mins
  • #116 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 4
    Jul 29 2024

    No último episódio, vimos que Francisco Teodoro aceitou participar de uma especulação com o Inocêncio Braga. Ele tava inseguro sobre aplicar nesse negócio, mas como viu o Braga lendo um artigo de jornal em inglês, traduzindo pra ele, achou que o amigo fosse muito inteligente e aplicou logo praticamente todo o seu capital. Agora ele tá vendo notícias de baixa do valor do café no mercado internacional e tá entrando em parafuso.

    Vimos também que Ruth foi passar uns dias com as tias e ficou chocada com o tratamento que elas dispensam à empregada, uma menina preta. Ruth incentiva Sancha a fugir e no último dia de visita às tias, acorda com a notícia de que Sancha de fato fugiu, de madrugada! Vimos que Nina é apaixonada por Mário, que não toma jeito e não quer saber de trabalhar! Sobre a Nina, deixa eu frisar que ela é feia.

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    1 hr and 2 mins
  • #115 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 3
    Jul 14 2024

    Vamos relembrar mais um pouco sobre a autora? Eu confesso pra vocês que eu não conhecia ela. Fui pesquisar e me informar porque entrou na lista de leituras pro vestibular da UFRGS, com este romance, A falência. E adorei saber que na época de Machado de Assis tinha essa escritora mulher produzindo bastante e escrevendo sobre direitos das mulheres, escrevendo de forma a fazer os leitores pensarem sobre essas ideias, de voto feminino, de abolição da escravidão.

    Júlia Lopes de Almeida participou da I Conferência pelo Progresso Feminino, que aconteceu no RJ, em dezembro de 1922. Mas bem antes disso, quando escreveu o romance A falência, esse assunto já interessava à escritora. O A falência foi publicado em 1901 e conta uma história situada em 1891, e Júlia já colocou nesse livro conteúdo convidando o público a pensar sobre a emancipação feminina, que era assim que chamavam as pautas do feminino naquela época. É por isso que tem pastor que quer as mulheres longe dos livros e das universidades. Porque quem aprende a pensar criticamente com os livros não se deixa manipular.

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    56 mins
  • LO ENTREVISTA - CHAMADA
    Jun 22 2024

    Vem aí uma playlist de entrevistas no podcast Literatura Oral. Te inscreve no canal do YouTube do LO para acessar. Logo mais, coloco a primeira entrevista, que será poesia em diálogo com balé clássico! 🩰📚🎙☘☘☘🤞

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    1 min
  • #114 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA - PARTE 2
    Jun 17 2024

    A falência é um romance de 1901. Portanto, podemos situar no início da estética do Modernismo. A história começa no ano de 1891, então a narrativa fala de um tempo um pouco anterior ao ano de publicação da obra, que foi 1901. E em 1891 o Brasil estava passando por mudanças. Por exemplo, a escravidão tinha sido abolida, ainda que só em teoria, em 1888. Era o auge do comércio do café, com plantações e exportação do grão, e é essa a ocupação do protagonista, Francisco Teodoro.

    A gente pode dizer que o protagonismo da obra fica dividido entre esse casal, Francisco e Camila. Camila é uma mulher burguesa nos moldes da época, mas só até por ali. Assim como em outros romances do Realismo e do início do Modernismo, ela é uma personagem feminina que ganha importância dentro da trama e que subverte o que a sociedade ditava como ideal para o feminino. Por exemplo, Camila tem um caso com o médico da família. Só que ela não é apaixonada por ele, ela tá nesse caso por tédio e procurando diversão. Ela sabe que o marido também teve casos, mas não sofre com isso, como sofriam de amor as protagonistas do Romantismo, por exemplo. É uma mulher ciente dos seus desejos e ciente de como a sociedade funciona, e joga bem com as regras sociais.

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    1 hr and 5 mins
  • #113 A FALÊNCIA - JÚLIA LOPES DE ALMEIDA
    May 15 2024

    Júlia Lopes de Almeida nasceu no RJ, em 1862 e faleceu em decorrência da febre amarela, na mesma cidade, em 1934, o mesmo ano em que fica pronta a vacina contra essa doença. A gente pode imaginar que o RJ seja um cenário presente na obra dela, né? Mas ela também morou em Campinas, SP, e em Lisboa, Portugal. Além de escritora, Júlia foi teatróloga e abolicionista. Como escritora, escreveu romances, literatura infantil, crônicas, peças e matérias jornalísticas. Na literatura infantil, ela foi pioneira no Brasil, publicando contos com a irmã Adelina Lopes Vieira. Casou com o poeta português Filinto de Almeida. Os três filhos do casal também foram escritores. Um dos primeiros romances escritos por Júlia Lopes de Almeida foi publicado em 1888, com o título Memórias de Martha. 1888 foi um ano importante na história brasileira, porque em 13 de maio foi abolida a escravidão, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. O primeiro romance é uma autobiografia ficcional, uma narrativa em primeira pessoa de Martha contando sua vida. Martha é personagem de ficção, mas o livro é narrado como se fosse uma história real, uma autobiografia. E já é muito interessante e diferente pra época, porque Júlia escreve um romance em que uma mulher é protagonista. Então é livro de autoria feminina com protagonista feminina. É a história de uma menina pobre, que viveu em cortiço no RJ, e cuja mãe criava ela sozinha, tendo de se virar pra dar conta de tudo. Vejam que interessante e pertinente a temática que Júlia escolhe abordar no seu primeiro romance. Quem aí tá lembrando das lavadeiras do cortiço de Aluízio Azevedo? Memórias de Martha foi publicado aos poucos, no jornal O País, em folhetim, como era comum a publicação de romances na época. Julia Almeida participou de Sociedades Femininas da época. Foi presidente de uma, patrona de outra, e participou do planejamento da Academia Brasileira de Letras, em 1897.

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    1 hr and 18 mins
  • #112 ROBINSON CRUSOE - DANIEL DEFOE
    Apr 1 2024

    Hoje vou comentar um clássico da literatura inglesa, Robinson Crusoe, de Daniel Defoe. Ou Robinson Crusoé, como eu sempre escutei, na pronúncia brasileira. Ao longo do episódio aqui eu vou falar às vezes Crusoe, às vezes Crusoé, mas tá tudo certo, beleza?Esse livro do Daniel Defoe é do século XVIII e é considerado o expoente do romance inglês e uma das primeiras obras literárias desse gênero, romance. O jeito que Defoe escreveu esse livro ainda é muito diferente do que a gente conhece e tá acostumado por romance hoje, mas na época ele foi um visionário e investiu seu tempo em escrever de uma forma diferente de tudo que existia até então. Quando eu falar romance aqui, pessoal, eu tô falando do gênero literário, da forma de escrever literatura que é uma narrativa em prosa e mais longa que um conto. Em prosa significa que não é em verso, é do jeito que a gente fala, com frases corridas. Antes dos romances, os textos literários eram escritos em verso. Mesmo as histórias longas, as epopeias, eram longos textos em versos. Essa foi uma grande inovação do romance, escrever como a gente fala, com linguagem em prosa e próxima do estilo popular, simples.

    Nesse episódio, citei: WATT, Ian. A ascensão do romance. Tradução Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

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    53 mins