A maçã, geralmente encontrada nas regiões mais frias do país, está ganhando espaço no sul de Minas. Um projeto da Emater-MG para diversificar a produção agrícola e garantir renda aos agricultores conseguiu resultados animadores, com a colheita da primeira safra, que somou 30 toneladas da fruta.
A iniciativa abrangeu municípios como Alfenas, Guaxupé, Monte Santo de Minas, Guaranésia e Aerado, promovendo a compra conjunta de mudas e garantindo assistência técnica aos agricultores, desde a escolha da área de plantio até o manejo das árvores.
Segundo Kleso Franco Júnior, coordenador técnico da Emater-MG e responsável pelo projeto, as variedades cultivadas – Eva e Princesa – foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e escolhidas por sua adaptabilidade ao clima local, com inverno menos rigoroso que o de regiões tradicionalmente produtoras de maçã no sul do Brasil.

No ano passado, a Unidade Regional da Emater-MG de Belo Horizonte promoveu cerca de 30 feiras da agricultura familiar na capital e municípios vizinhos. A iniciativa quer ampliar os canais de comercialização dos pequenos produtores rurais e oferecer à população produtos variados e de boa qualidade. Em 2025, a meta é ampliadar o projeto com a realização de novos eventos na cidade.
A maior parte das feiras realizadas pela regional da Emater em BH foi viabilizada por uma parceria da empresa com o Ministério Público do Trabalho e a Associação dos Técnicos Agrícolas de Minas Gerais ( Atamg). O projeto prevê a realização de 50 feiras na capital mineira e em municípios vizinhos, com recursos provenientes do Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo, pagos como indenização social pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019.

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram o valor recorde de US$ 17,1 bilhões em 2024, confirmando o bom desempenho dos meses anteriores e fechando o ano com o melhor resultado das vendas externas dos produtos agropecuários de toda a série histórica, realizada desde 1997.
O desempenho foi tão significativo que superou em 2,5% a receita da mineração, segmento tradicionalmente dominante das exportações do estado, que alcançou US$ 15,7 bilhões no ano passado.
No acumulado de janeiro a dezembro, a receita teve acréscimo de 19,2%, na comparação com o mesmo período de 2023. Os embarques de produtos agropecuários de Minas Gerais representaram cerca de 42% da pauta mineira de exportação. Além do valor, o volume cresceu 8%, com o embarque de 17 milhões de toneladas, também se destacando como o maior já comercializado.

Uma cartilha elaborada pela Emater Minas orienta os produtores rurais sobre como iniciar ou aprimorar o cultivo de hortaliças. O guia Horta: Planejamento e Produção tem recomendações detalhadas que abordam desde o planejamento na hora de formar os canteiros até os cuidados necessários para a colheita.
O material é útil tanto para quem pretende ter uma horta para consumo familiar, quanto para os interessados em investir na produção comercial. A cartilha pode ser consultada gratuitamente na Livraria Virtual do site da Emater-MG.

O agronegócio brasileiro, motor da economia nacional, projeta crescimento para 2025, mas enfrenta desafios ligados aos cenários político, fiscal e climático, tanto no Brasil quanto no exterior. A avaliação é de José Benevides Romano, especialista em agronegócio e sócio da Araújo Fontes, que apontou três preocupações centrais para o setor: política interna, política externa e fatores climáticos.
Em entrevista à FM O Tempo, Romano destacou que a inflação, a taxa básica de juros (Selic) e a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, são fatores que podem impactar negativamente o desempenho do agronegócio.
Romano também fez um rápido balanço do agronegócio brasileiro no ano passado, apontando a resiliência do produtor como a grande virtude do setor. Como exemplo, o especialista citou a crise vivida pelos produtores de leite do Brasil, sobretudo os de Minas Gerais, que enfrentaram dificuldades devido à importação de leite em pó, o que ocasionou uma queda nos preços do produto.

Projetos que abrem portas para os pequenos produtores e micro empresários são essenciais para a evolução dos negócios e a manutenção de emprego e renda. Um exemplo é o Projeto Origem Minas, do Sebrae que tem parceria com o Sistema Faemg/Senar e fomenta os pequenos produtores através de rodadas de negócios e a participação em feiras e eventos de negócios. Emerson Caldeira é produtor de cachaça em Barbacena, na região central de Minas. A cachaça produzida é a Divina de Minas e já é encontrada em empórios e pequenos supermercados de Belo Horizonte. Para Emerson, que participou da feira Superminas, no mês passado, o projeto facilitou o acesso dos comerciantes ao produto dele.

Em Araguari, o que domina é a produção de café, soja, milho, pastagem e tomate. Mas a fruticultura apresentou-se como uma atividade rentável, além de ser adequada para pequenos espaços, como é o caso do senhor Deraldo, que é agricultor familiar.
Deraldo Adelto de Araújo deixou o Paraná para encontrar raízes em Minas Gerais. Nascido e criado na roça, há 18 anos pisou nas terras do Triângulo Mineiro, mais especificamente Araguari. Produtor experiente, arriscou empreender numa cultura antes praticamente inexistente na região, ao menos em escala comercial: a goiaba. E com a família na lida.
A goiaba é cultivada em quatro hectares de terra localizada. São 2,5 mil pés que produzem cerca de 50 toneladas/hectare a cada ciclo da cultura, que giram em cerca de oito meses.

A Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi) exportou nove toneladas de mel para os Estados Unidos e mais 21 toneladas foram enviadas para a Holanda. A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) é a maior incentivadora dessas conquistas. Entre as ações está a doação de veículos, de casas de cera e de mel, de entreposto, e de insumos para cadeia apícola. Essas ações geram cerca de 600 empregos diretos e indiretos.
A Coopemapi possui entreposto com casa de cera e laboratório próprio em funcionamento habilitado para exportação. Produz mel, própolis e pólen e exporta para os Estados Unidos, Bélgica, Portugal, China, Itália e Alemanha.
Atualmente, a produção processada de mel dos cooperados gira em torno de 120 toneladas — cerca de 26,6% da produção apurada do Norte de Minas, que gira em torno de 450 toneladas.